15 de mai. de 2009

CORPO DE BAILE


Um corpo no baile.
As damas desmaiam
e os cavalheiros também.
Por incrível que pareça,
há um corpo no baile.
A orquestra toca um "jazz"
e o corpo extendido no salão
forma uma grotesca figura.

O ruflar de saias dançando
e o galanteio dos "gentlemen"
não são mais ouvidos...

Um corpo no baile
e nem sequer é carnaval.
O corpo está inerte no chão,
morto
e putrefa à vista de todos.

O corpo do baile horroriza-se com a vista
do corpo no baile.
Um corpo que não dança mais
e nem ouve
a música da orquestra.

O corpo do baile dança,
talvez a espera
de algum milagre
que possa reviver
o corpo morto.

Talvez a espera
de um grande caminho aberto,
que se manifeste por meio
de uma música sublime,
que guie seus pés
num eterno balé
dançado no palco brilhante
do grande teatro
onde o corpo de baile
somos todos nós.

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